domingo, 21 de novembro de 2010

Alegria

Eu nasci com a alegria
dentro de mim,
a tristeza me foi apresentada,
a cada espetáculo do
 mundo dirigido pelo
homem.
E neste viver, que já
dura muitas primaveras,
tenho sido espectadora
ativa das cenas que a tristeza
encena.
Não deixo que a alegria
saia da minha vida, assim
sem mais ou menos.
Ela brota, em cada sorriso
meu e estará sempre
ao alcance do teu.

sábado, 20 de novembro de 2010

Quando

Quando eu digo, de repente
eu te amo, é porque
este amor tão de repente
nasceu de novo
naquele instante.

Negritude

Minha negritude brada,
nossa hora é agora.
Tira de nós o lamento,
deixa aflorar o sentimento.
Somos negros!
Não é de agora.

Poema da feira


O poema da feira
é o grito.


Na feira se dá o encontro, das cores
sabores, dos cheiros.
Energia pura.
 Brasileiros
que madrugam, que se escutam.

Feira livre
dos pre-conceitos, branco, negro,amarelo,
o mesmo tom, mesma bandeira.

Frutos da terra, frutos da mão,
tudo se encontra,
do céu ao chão.

Feira maneira, menina brejeira,
garapa e pão.

Meu passeio favorito,
feirinha do bairro, feira grande
dos quadros.

Tem coisas em casa, da
feira compradas,
verduras, flores,vassouras,
panos de pratos.


domingo, 14 de novembro de 2010

Volta

Se eu me for, minha história
continuará em outra dimensão.
Haverá reencontro, aperto de mãos,
abraços, sorrisos.
De todos que me esperam,
de todas as mãos a mim estendidas,
haverá uma, que aqui não teve
tempo de afagos e nem de despedidas.
Se eu me for, creiam serei mais feliz ainda.

Cumplicidade

Fomos cúmplices em uma história,
que pensávamos ser amor.
Mas não era, a cumplicidade
não morreu, porque desta história
nasceu o fruto de nós dois.
Quanto a você eu não sei, este fruto
me fez crescer, amadurecer,
me descobrir mulher.
Então, uma história de dois, virou
uma história de três, virou amor.
Não amor de um homem e uma mulher,
amor que me fez mãe e que me ensinou
a respeitar, o homem que se tornou pai.

sábado, 13 de novembro de 2010

Inspiração

Minha inspiração  vem dos amores
que tive na vida.
Os que tive mesmo antes de nascer,
os que eu trouxe de outras vidas.
Os que chegaram como uma brisa,
outros como um vendaval.
Os que vieram para ensinar,
os que aprenderam antes de partir.
Os que vieram para me dar, os
que levaram algo de mim.
Todos os meus amores,
minha história.

Quem sabe uma canção!

Você soube sim, me amar,
mas não conseguiu traduzir
o que realmente queria o
meu coração.

Fugiu do nosso contexto
e como pretexto quis nos
encontrar na melodia de
uma canção.

Desde então perdemos o compasso,
ficamos lado a lado, procurando
um motivo ou razão.

É necessário mais que
um afago, um  abraço ou
uma louca paixão.

Diálogo, olho no olho,
maturidade, bom-senso,
eis aí o nosso chão!

Eu?



Não se engane a meu respeito, sou em dobro
tudo que vê em mim.
Não sou tão piedosa, nem tampouco virtuosa,
sagrada só minha fé.
Quando amo, entrego-me intensamente e faço da minha
intuição a co-responsável pelas minhas aventuras e
desventuras.
E assim eu vou vivendo.
Procuro não ferir e não ser ferida, há mais  cicatrizes  na alma, do que no corpo,
inevitável.

Aroma

Teu cheiro!
Amargo sabor de
prato feito, esquecido
na cama sem travesseiros.
Receita colhida do
desespero e da vontade
contida de um ano inteiro.
Evaporou...
No muro pichado: aroma de amor desfeito.

Flor do campo


Campo em flor.
Flor do amor,desencanto,
cheiro da dor.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Santa, santa, santa...

Santa paz, esteja sempre comigo
principalmente, quando quiserem
afastá-la de mim.

Santo amor, proteja-me das
 pessoas mal-amadas, dos invejosos,
dos omissos que provavelmente
encontrarei em meu caminho.

Santa humildade  livre-me
da prepotência, da arrogância,
da mania de grandeza, pois
não sou diferente de outros
seres humanos.

Santa alegria  conserve meu sorriso,
não o deixe ir embora, por qualquer
motivo, principalmente nos períodos
áridos que ainda virão.

Santa coragem permaneça ainda por
muito tempo impregnada em todos
os meus "eus" e faça-me cada vez mais
ser destemida.

Santa amizade proteja todos os
meus amigos e inimigos
pois eles são essenciais à minha
vida.

domingo, 7 de novembro de 2010

Amiga!


Minha amiga é assim,
às vezes rosa, outras nuances
de azul, delicadamente laranja.

Sensível como um traço na tela, 
de um pintor famoso, ou não, 
como sua própria arte.

Minha amiga é desbravadora de si
e dos outros, simplesmente rápida,
 nos faz enxergar
 demoradamente as coisas certas, nem feias
ou belas, da vida.

Minha amiga é um sorriso
contido no peito, é energia
serena explodindo na busca.

Minha amiga, não é minha, é amiga
da vida, de todos, arco-íris depois
da chuva

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A ponte


A ponte que eu inventei, desmoronou
levando consigo, as pegadas
das travessias que não cheguei a fazer.

O vazio deixado pela ponte
antes viva, trouxe á tona,
a dor sepultada dos sonhos desfeitos.

Desfeitos em teus braços.

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No outro lado da ponte,
encontram-se meus conterrâneos,
a água que nos separa, dá
vida aos nossos sonhos.

Algumas vezes parece, que
não somos todos nascidos, 
no mesmo continente.

Há gente que vai e vem,
há gente que nunca vai,
e há gente que não quer voltar.

E sobre a imponente ponte,
não deixo de olhar para
o mar e pensar com os meus "botões".

Não podemos deixar de celebrar,
Deus que fez o mar, e o homem
que fez a ponte.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Não desista.

Não desista de ti, nem
daquela criança que foi.

Não desista de nós, nem de teus
sonhos de amor.

Não desista da vida,
a torne mais atrevida, corra
ao encontro da luz.

Seja voce, como for...!

Dor!

Esta dor, tão senhora de si...
se alojou em mim e
como um velho relógio de parede,
pontualmente de tempo em tempo,
se faz presente, fazendo-me lembrar
que ela existe e que fará de tudo
para não partir.

Tola dor, ela brinca de passear
em meu corpo, espantando de mim o meu
sorriso.

Me faz lembrar de outras dores, com as
quais eu convivi, não eram
dores de mim.

Ela só não contava, com minha doce
persistência, não me entrego a ela, nem
deixo que as minhas lágrimas, a façam
soberana.

Leviana dor, a mais triste das dores,
e a dor de amor não correspondido,
só que para esta dor,
eu já morri.