Esta dor, tão senhora de si...
se alojou em mim e
como um velho relógio de parede,
pontualmente de tempo em tempo,
se faz presente, fazendo-me lembrar
que ela existe e que fará de tudo
para não partir.
Tola dor, ela brinca de passear
em meu corpo, espantando de mim o meu
sorriso.
Me faz lembrar de outras dores, com as
quais eu convivi, não eram
dores de mim.
Ela só não contava, com minha doce
persistência, não me entrego a ela, nem
deixo que as minhas lágrimas, a façam
soberana.
Leviana dor, a mais triste das dores,
e a dor de amor não correspondido,
só que para esta dor,
eu já morri.
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