sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Alma.




Mil cores tem a minha alma,
arco-íris depois da chuva, bandeiras
desassossegadas, tremulas no ar.

Inquieta não cabe na página em branco,
se mistura com rabiscos, 
não se deixa domar.









 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Flores



Nascem flores nos meus olhos,
 com minhas lágrimas as hidrato
aos poucos vão crescendo.



 

sábado, 19 de novembro de 2022

Nita



Nita é o nome da sua mãe,
mas poderia ser o nome da minha, da tua
ou de outras milhares de mães.

Já para a doçura no olhar da filha, quero acreditar
 que seria o mesmo, no olhar
de outros  tantos filhos.

Contrasta a timidez do sorriso, com a força
do braço e entre os dois
permeia o amor de mãe.

Eterno!




Versão 2





Mãe trago tatuado na memória,
teu sorriso, tua força, tuas palavras,
em meu corpo a ausência do seu abraço.

Mas o mundo não é perfeito, não
é mesmo?
Por que você seria?
Tê-la assim, imperfeita mãe, me fez
descobrir agora, que você foi
perfeita para mim.
 

domingo, 13 de novembro de 2022

Simplesmente flores...



Ah! se tudo fossem só flores,
se ela nos levasse a viajar através
do seu perfume.
Eu pegaria o primeiro ramo e faria de todas
as minhas primaveras.
Uma infindável viagem...

Renasceria em cada estação do ano,
sendo uma hora branca, outra amarela,
uma desbotada lilás.

Mas em todas elas, eu seria eu,
apenas eu.

 

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Equilibrista




Equilibro-me a todo instante, viver na corda
bamba virou rotina, não existem prioridades
tudo carece de urgência.



                                                   Urgência para amar, para resgatar sorrisos que
                                                    não foram dados, abraços que não foram ganhos,
                                                           dívidas que não foram pagas.


                                                    Mas em contrapartida ao medo que me toma,
                                                      aqui em cima, vejo lá embaixo duas mãos
                                                        estendidas, amiga da equilibrista!


                                                 

Olhar




O que vejo lá fora, não me assusta, minhas raízes fincadas em meu próprio chão
deixa-me confortável, para olhar para todos os lados. Vejo tudo devagar, sem pressa,
quantas descobertas, quantas cores diferentes da minha.

É um movimento incessante de seres alienígenas, tão coloridos como 
a minha própria espécie, uns alegres parecem florescer a cada instante,
outros carecem de energia, parecem debilitados a cada passo.

Não me canso de observar este mundo a procura de um lugar,
que emane a mesma paz que existe no meu, o que encontro
são apenas, meros segundos da paz que eu conheço.

Sinto pesar, porque são poucos que voltaram o olhar ou
esboçaram um sorriso, quando passaram por mim,
sequer sentiram o doce perfume que exalo.





 

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Menina


 Menina magrela, o vento zomba de ti,
 brinca com os teus cabelos, uma hora
pensa grande em outra pensa pequeno.

Ah! menina

Tão frágil, tão bela, rodopia sem parar,
até que por ordem da mãe, deixa de sonhar.
Ah! menina quem me dera, poder te contar
agora que hoje você floresceu, e não é
só uma menina magrela.

Uma mulher nasceu!


Espero


Desabrochar a flor, nascer uma ideia,
a visita combinada, o nascer do sorriso,
sem pressa, sem expectativa.

Tudo acontece em seu devido tempo,
aprendi com meus pais e também com
a esperança.

Espero sempre e tudo acontece
como a magia dos elfos e de certos
duendes.




Leveza


Me tira do eixo a leveza que enxergo
lá fora, quero estar lá, mas a janela
a transpor me mantém aqui dentro.

Tampouco quero abrir, não estou só
e nunca estive, de manhã brinca o sol,
a tarde me toma a preguiça.

É só uma janela a me trazer
o prazer da contemplação
e a certeza da vida.



 

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Coloridas




 Coloridas, grandes ou pequenas,
passamos por elas todos os dias, e
mesmo estando sempre nos mesmos lugares
nos trazem um novo encantamento e a curiosidade
em saber o que existe do outro lado delas.

Janelas!


Construção!



Ouço, mas permaneço calada, amo mesmo desencantada,
as palavras tomam conta de mim,
brincam de esconde, esconde, de tecer tramas,
dramas e disgramas.
E quando chegam destemperadas, insinuantes
no âmago de minha alma, me fazem
escrever, escrever, escrever...
Assim me construo, na desconstrução
de tudo que ouço, aos poucos
a página em branco ganha vida,
e eu grito o silêncio, a solidão
e a vontade de ser lida.



 

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Renascer



Natureza esplêndida, mesmo 
quando pensamos 
estar morta, nos mostra
a beleza do renascimento 
e reforça a fé que em tudo há vida,
 só nos falta ver.






 

Meu pequeno!



Não consigo me imaginar nas manhãs
e não ouvir os gritinhos insistentes
de um ser pedindo para entrar
na minha cozinha.

Ele é o maestro de mais nove companheiros,
cada qual qual com sua própria mania,
cinzas, amarelos, canelas,
todos meus queridinhos

Tem o ranzinza, o brigão, a doce
a não me toque, mas todos
tem lugar em meu coração.
de mãezinha.


 

Sorte



Sorte em tê-la como amiga, e
 quantos cafezinhos
já tomado?
em tua casa e na minha, 
nos intervalos da faculdade.

Cafezinhos na visita a Pinacoteca, 
depois do passeio na feira, antes
de chegarmos ao teatro.

Foram muitos cafezinhos e com eles
boas gargalhadas, momentos de tensão
só quando quente nossos
cafezinhos.

Mesmo assim, ente um assopro e outro
novos assuntos surgiam, e a prosa brotava
como água jorrando na mina.
















 

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Minha missão.


Ou minha atribuição, incumbência, meus cuidados,
assim vejo minha vida, mesmo nos
momentos mais difíceis.

Nunca como o peso que uma cruz nos remete,
viver é nos tornarmos fortes como o ferro
e delicados como uma flor.

O tempo deixa marcas no ferro exposto,
a vida deixa marcas em nosso corpo,
porém ambos sobrevivem.







 

Tagarelas!



Conversar cura!
Nem sempre tagarelar é conversa fiada,
é tão bom  bater papo com amigas,
nascem ideias, renascem lembranças, 
morrem dúvidas.

Não importa a que distância 
estejamos, o timbre da voz, o som das risadas,
a preocupação que uma informação
noz traz.

Tudo se dilui, nos conforta quando realmente
nos entregamos ao diálogo previamente marcado
ou o espontâneo de uma ligação.

Conversar enriquece!
Nos tinge de vários matizes, verde de esperança,
azul da calmaria ou o vermelho
da paixão.

Saímos transformadas ou ainda mais
inspiradas, ricas mesmo depois de uma
conversa.

E conversa vai, conversa vem, o tempo
nos leva ao passado presente, porque
é no agora que vivemos
tal encantamento.


 

segunda-feira, 25 de julho de 2022

Minha janela tem alma?



Ou minha alma é uma janela?
delicada, sutil, viva, assim me vejo,
assim me sinto, alheia as intempéries da vida.

Sigo brotando, as vezes tímida, 
as vezes com uma força avassaladora
minhas raízes ainda são novas.

Mas já fizeram história no chão árido
percorrido antes pelos meus ancestrais,
não estou só, não estiveram sós.

Somos galhos, somos folhas, somos cores
cada um em seu espaço, seja ele diminuto
ou favorável para ficarmos em pé.

 

quarta-feira, 13 de abril de 2022

A de amor.




A no começo ou a no final,
A de amor, tem a no rancor,
Amizade começa com a,
Maravilhosa termina com a.

A de magia, da descoberta,
da caminhada, da travessia, 
tem a na bacia da minha tia.

Avó tão querida, tem a na ferida,
na dor e na despedida, tem a
na cozinha da tia Dita.

Criança birrenta, tem a na polenta
não há quem não ame um
 sorriso e água benta.




 

Temperança!


 

No quintal da minha Vó!


 

Templo


 

Nascer



No instante em que nasci, brotou em mim
uma força delicada que me fez jorrar
as primeiras lágrimas.


Não sabia que nascer, seria um eterno
renascer a cada instante para
um mundo indiferente,
mas que se faz de gigante.



segunda-feira, 11 de abril de 2022

Beleza.




Qual é a mais bela, a natureza mãe não escolhe seus filhos não tampouco os elege
seus favoritos, ela simplesmente os coloca no mundo.
E cada um, por si só cresce e descobre a sua função voraz de viver, não se
importando se é o mais forte ou não.




Somos tudo o que há!



Ao me perguntar o que será? 
Minha mente voa, passeia, busca, tagarela consigo mesma.

Já vi igual! Será? Me remete a água, bombeiros, carrossel, brinquedos,
brincadeiras.

Força, manejo, traquejo, pedreiro...mandala? Coisas inacabadas, sem sutilezas,
estou aqui na marra...

Qual será sua função final, mas se eu não sei, não tem a menor importância,
tudo existe, tudo tem energia, tudo é um só.

Sendo assim, escolho ser a parte amarela, que vê  o mundo através das janelinhas
azuis.

 

Nosso lixo!


Nem todos vão enxergar, mas ali naquele amontoado de sacos azuis, tem amor...sim
tem amor, cuidado, zelo com o meu, o seu, o nosso lixo descartável.

Tão bem empilhado, de longe, vendo assim, parece uma obra de arte moderna, passando pelas 
ruas de uma metrópole qualquer.

A natureza agradece e nós também devemos ser gratos, um rio a menos deixará de abraçar os restos mortais dos aparatos de nossas casas.

Abençoado seja o condutor deste veículo, abençoado seja o dinheiro ganho da venda de cada uma destas embalagens.

Abençoados sejam os que cuidam do planeta terra.
 

sábado, 9 de abril de 2022

Dor



Dói em mim cada lembrança dos segredos guardados na memória, pesa em mim as palavras não ditas
escritas no peito e  são como pequenas feridas trancadas na alma.

Dói...

Mas levo comigo a cor da natureza intensa que vivi em todas as estações, não importa mais
o que vão pensar sobre o que deixei para trás.

Dói...

Carregar sozinha a imagem do teu primeiro sorriso, do teu calor em meus braços e da eterna
saudades que impus a nós dois.

Dói...

Não ter tido coragem, não ter vivido todos os momentos que seriam só nossos, e não foram,
mas sobrevivemos às intempéries do tempo.

Dói...






 

quinta-feira, 7 de abril de 2022

Não é apenas uma viagem...





E a sugestão da rota foi surpreendente, estradas nunca antes percorridas;
mas sim, com um planejador de rotas, não tínhamos como nos perder pelo caminho.
Saímos do ponto de partida determinados, inicialmente assustados porque não seria uma viajem breve
e quem sabe ela nunca termine.

Quantas descobertas, quantos sustos pela falta de guard-rails em alguns lugares da estrada,
ah! mas aprendemos a cada quilometro percorrido que a cautela seria a nossa melhor companhia e
a certeza de que lá na frente, teremos belas estórias para serem contadas.

Nas paradas, tempo de compartilhar com amigos e com nosso planejador de rotas, a satisfação pelo
caminho escolhido, novas paisagens e tempos de recolhimento entre uma pernoite e outra. Satisfação pela coragem e ousadia ao colocarmos os  nossos pés na estrada.

E como dizia minha mãe: nunca é tarde para mudarmos a direção ou para escolhermos outros caminhos,
mesmo que para isso precisemos deixar para trás, velhas crenças e velhas opiniões sobre tudo. Também não é importante a condução escolhida, desde que ela nos leve à direção desejada.