sábado, 30 de outubro de 2010

Selva de pedra


As noites na selva de pedra e´,
sempre uma incógnita.
Os satisfeitos são unânimes em cantar
seu amor por ela, os insatisfeitos
 tornam-se ainda mais insatisfeitos.
Não importa as luzes cintilantes, das fachadas
de concreto, soma-se o barulho ensurdecedor
das buzinas, no caudaloso rio de faróis
que se forma, devido a lentidão do tráfego.
Não há como escapar ou esconder-se da energia estranha
e tentadora que paira sobre a cidade.
Cidade que quase casa com as nuvens, de tão altos que se erguem seus
arranha-céus.
Mas, mesmo assim, não posso mentir a mim mesma,
amo-te senhora, deusa das deusas, em seu puro
esplendor de um dia ensolarado,
como também nos cinzentos dias de chuva.
Todas as suas mazelas já estão impregnadas
em mim.
Defendo-te, não és culpada pelos  males dos
homens que abriga em seus arranha-céus, nem tampouco por aqueles
que sobrevivem sob suas pontes.
Não és culpada de nada.

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